Apesar de laranja mecânica ser um filme da década de 70, ele é muito atual. O motivo disso é que o filme transcende a barreira de costumes de uma época. Ele aborda um tema universal. A desestruturação da família e da sociedade.
É nesse contexto que nasce Alex de Large, um dos personagens mais controversos do cinema. Ele é um jovem que tem como passatempo fazer pequenos furtos, se envolve em brigas e beber o seu “leitinho” da ultraviolência (como ele denomina) com seus amigos, os Droogs. Porem numa dessas aventuras, Alex é traído pelo seus companheiros e acaba sendo preso e se tornando a cobaia de um experimento psicológico denominado de “Tratamento Ludovico”.
O filme é uma história de crime e castigo, de ascensão, queda e redenção, percorrido por uma iconoclastia e humor negro únicos. Kubrick transforma uma sátira aos desequilíbrios da sociedade moderna numa narrativa pitoresca sobre o lado negro da existência e comportamento humanos. A violência morbida de todas as ações de Alex é para ele, sinónimo de prazer - a própria Nona sinfonia transporta-o para ilusões orgásticas e imorais
A violência encontra-se no fato de se liberar todos seus impulsos e medos ou no fato de se castrar uma voz, um desejo, um pensamento em nome da liberdade? Não estou dizendo que a versão de Alex antes da lavagem seja melhor,mas também não aceito a segunda versão de Alex. Alex fazia o que fazia por que queria, era um desejo dele, uma escolha. Alex faz lembrarmos de algo bem interessante: Não existe homens bons ou maus, mas escolhas boas ou más. Somos definidos pelo que escolhemos e a sociedade muitas vezes impõe essa escolha (ou você acha que usa calça jeans e gosta de Coca-Cola por que quer?), não temos liberdade e se um dia quisermos ser livres temos que superar um obstáculo que o Alex estava tentando superar o do SENSO COMUM.
Entendo por fim que toda forma de institucionalização prende e essa prisão leva a decadência da sociedade quando esta quer ser livre. Esta violência é reflexo de outra ainda maior o do DESCASO! Talvez Alex quisesse ser ouvido, quisesse mostrar seus medos,na verdade através da violência, Alex demonstrava seu medo, pois por medo ele se colocava em uma posição de violento,para mascarar que ele tinha medo e mais, pisar nos outros antes de ser pisado, é uma forma de auto defesa.
Concluindo o post o próprio Stanley Kurick nos mostra onde reside nossa identificação com o personagem: "Alex é daqueles personagens que pela lógica seria incapaz de atrair qualquer tipo de simpatia entre o público que assiste ao filme, no entanto ao longo do filme, ele consegue-nos atrair para “o seu lado” e toda a desconfiança e antipatia que pudéssemos sentir por ele desaparecem e quase nos força a aceitar e a compreender o seu modo de vida, tanto antes como depois de se submeter ao "Tratamento Ludovico" e até quando no final Alex se torna de novo no indivíduo violento que sempre foi".
É nesse contexto que nasce Alex de Large, um dos personagens mais controversos do cinema. Ele é um jovem que tem como passatempo fazer pequenos furtos, se envolve em brigas e beber o seu “leitinho” da ultraviolência (como ele denomina) com seus amigos, os Droogs. Porem numa dessas aventuras, Alex é traído pelo seus companheiros e acaba sendo preso e se tornando a cobaia de um experimento psicológico denominado de “Tratamento Ludovico”.
O filme é uma história de crime e castigo, de ascensão, queda e redenção, percorrido por uma iconoclastia e humor negro únicos. Kubrick transforma uma sátira aos desequilíbrios da sociedade moderna numa narrativa pitoresca sobre o lado negro da existência e comportamento humanos. A violência morbida de todas as ações de Alex é para ele, sinónimo de prazer - a própria Nona sinfonia transporta-o para ilusões orgásticas e imorais
A violência encontra-se no fato de se liberar todos seus impulsos e medos ou no fato de se castrar uma voz, um desejo, um pensamento em nome da liberdade? Não estou dizendo que a versão de Alex antes da lavagem seja melhor,mas também não aceito a segunda versão de Alex. Alex fazia o que fazia por que queria, era um desejo dele, uma escolha. Alex faz lembrarmos de algo bem interessante: Não existe homens bons ou maus, mas escolhas boas ou más. Somos definidos pelo que escolhemos e a sociedade muitas vezes impõe essa escolha (ou você acha que usa calça jeans e gosta de Coca-Cola por que quer?), não temos liberdade e se um dia quisermos ser livres temos que superar um obstáculo que o Alex estava tentando superar o do SENSO COMUM.
Entendo por fim que toda forma de institucionalização prende e essa prisão leva a decadência da sociedade quando esta quer ser livre. Esta violência é reflexo de outra ainda maior o do DESCASO! Talvez Alex quisesse ser ouvido, quisesse mostrar seus medos,na verdade através da violência, Alex demonstrava seu medo, pois por medo ele se colocava em uma posição de violento,para mascarar que ele tinha medo e mais, pisar nos outros antes de ser pisado, é uma forma de auto defesa.
Concluindo o post o próprio Stanley Kurick nos mostra onde reside nossa identificação com o personagem: "Alex é daqueles personagens que pela lógica seria incapaz de atrair qualquer tipo de simpatia entre o público que assiste ao filme, no entanto ao longo do filme, ele consegue-nos atrair para “o seu lado” e toda a desconfiança e antipatia que pudéssemos sentir por ele desaparecem e quase nos força a aceitar e a compreender o seu modo de vida, tanto antes como depois de se submeter ao "Tratamento Ludovico" e até quando no final Alex se torna de novo no indivíduo violento que sempre foi".
Excelente texto! Parabéns, realmente muito bem escrito.
ResponderExcluirLaranja Mecânica é genial e concordo com tudo o que você citou.
Acho que uma das questões também que está presente na atualidade é a ética nas pesquisas e experimentos.
O fato de pegarem um prisioneiro sem dar a total informação sobre o experimentos e suas possíveis conseqüências e ainda criar uma expectativa ilusória de que tudo dará certo.
E ao exporem Alex para outros estudiosos como apenas um objeto de estudo, o humilhando e desrespeitando como ser humano.
Isso vem acontecendo faz décadas e está ai até hoje, mesmo que quase não ouvimos sobre.
Enfim, gostei tanto do seu texto que empolguei e tive que escrever aqui também!
Ótimo blog, parabéns novamente, sempre estarei acompanhando.
(e assim que meu blog resolver sair do forno com certeza adcionarei seu banner lá.)
:)
Olá Natyh! Obrigado pelos elogios e espero que você continue acessando o meu blog. Fiz outras duas análises com personagens desse calibre (Tyler Durden - Clube da Luta e o Conringa - Cavaleiro das Trevas) Se puder dar uma lida tb! =D Aguardo anciosamente que seu blog saia do forno! bjs!! =D
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